Terapia com luz LED
- joaovale
- 5 de nov. de 2024
- 5 min de leitura
DESCUBRA OS BENEFÍCIOS DA TERAPIA COM LUZ VERMELHA E INFRAVERMELHA EM MEDICINA ESTÉTICA E DERMATOLOGIA
Neste artigo, explicamos como funciona, as suas aplicações para rejuvenescimento da pele e tratamento de patologias, e quem deve ou não optar por este tratamento. Saiba também as diferenças entre a terapia realizada em consultório e em casa, e como obter os melhores resultados de forma segura
O que é a terapia com luz vermelha e infravermelha?
A terapia com luz vermelha e infravermelha é um tipo de fototerapia, tratamento médico que utiliza luz de diferentes comprimentos de onda para a prevenção e abordagem do envelhecimento cutâneo e para o tratamento de diversas doenças da pele.
Consiste na aplicação de luzes de baixa intensidade, geralmente com comprimentos de onda entre 600 e 1000 nm, para estimular os processos naturais de reparação e regeneração celular. O comprimento de onda é medido em nanómetros (nm) e constitui uma característica fundamental da luz que define tanto a sua cor visível quanto a sua capacidade de penetração nos tecidos.
O comprimento de onda da luz visível varia de aproximadamente 400 nm (cor violeta) a 700 nm (cor vermelha). Existem comprimentos de onda mais curtos, de 100 a 400 nm (ultravioleta) com menor capacidade de penetração e comprimentos de onda mais longos, com mais de 700 nm (como o infravermelho) que penetram mais profundamente na pele.

É geralmente aplicada por dispositivos de LED ou lasers de baixa intensidade, o número de sessões necessárias é variável e cada sessão dura entre 10 a 20 minutos.
A luz vermelha e infravermelha têm a capacidade de penetrar nas camadas mais profundas da pele atuando nas mitocôndrias, preservando a sua função e diminuindo o stress oxidativo o que contribui para a prevenção da morte celular. Desta forma, estimulam a regeneração celular, melhoram a função dos tecidos e reduzem a inflamação, pelo que são amplamente utilizadas em tratamentos médicos.
Qual a diferença entre fototerapia e fotobiomodelação?
Fototerapia é um termo mais amplo que se refere ao uso terapêutico da luz para tratar várias patologias. Engloba tratamentos com luz de diferentes comprimentos de onda, incluindo a luz ultravioleta, visível e infravermelha.
Fotobiomodulação é um termo mais específico, geralmente utilizado para descrever terapias com luz de baixa intensidade, como luz vermelha e infravermelha, que estimulam processos biológicos a nível celular sem causar aquecimento significativo. A fotobiomodulação foca-se nos efeitos regeneradores e bioestimulantes da luz, como a ativação das mitocôndrias para melhorar a função celular, reduzir a inflamação e promover a reparação tecidual.
Portanto, a terapia com luz vermelha e infravermelha enquadra-se mais diretamente na fotobiomodulação devido ao seu objetivo de estimular a regeneração e a função celular. No entanto, também pode ser considerada uma forma de fototerapia, uma vez que usa luz para fins terapêuticos.
Benefícios da luz vermelha e infravermelha em Medicina Estética
A fototerapia pode ser aplicada em várias situações clínicas, desde a promoção do rejuvenescimento cutâneo ao tratamento de patologias como alopecia, acne, rosácea, melasma, psoríase e diversos tipos de dermatite. Contribui ainda para uma melhor cicatrização de feridas.
No que respeita especificamente à luz vermelha, esta é particularmente eficaz em tratamentos direcionados ao combate ao envelhecimento da pele, pois estimula a atividade dos fibroblastos — células essenciais para a síntese de colagénio, uma proteína chave na estrutura, suporte e elasticidade da pele. Além disso, a luz vermelha melhora o fluxo sanguíneo e promove o crescimento capilar.
Por sua vez, a luz infravermelha tem grande relevância clínica após procedimentos médicos e na aceleração da cicatrização de feridas, graças ao seu potencial regenerador, à capacidade de reduzir mediadores inflamatórios, aumentar a angiogénese e estimular a produção de colagénio.
Quem pode beneficiar deste tratamento e quem deve evitá-lo?
A terapia com luz vermelha e infravermelha é especialmente recomendada para o rejuvenescimento facial, abordagem da queda de cabelo (alopecia), melhoria da cicatrização, reparação de feridas e redução de processos inflamatórios.
Apesar de ser genericamente seguro, este tratamento poderá estar contra-indicado, entre outros, em grávidas, pacientes com patologia que cause fotossensibilidade ou sob medicação que aumente a sensibilidade à luz, pacientes com histórico de cancro de pele ou lesões pré-malignas, pacientes com lesões ou feridas infetadas e pacientes com epilepsia fotossensível.
Assim, a mensagem porventura mais importante é que a terapia com luz vermelha e infravermelha, apesar dos seus potenciais benefícios, só deve ser realizada após uma avaliação médica especializada. Não é um tratamento universal e assim como outros tratamentos, a eventual indicação, “dose” e frequência devem ser ajustadas individualmente pelo médico, de acordo com as necessidades específicas de cada paciente. Só desta forma estarão reunidas as condições para assegurar a segurança e maximizar a eficácia do tratamento.
Diferença entre tratamentos de luz vermelha ou infravermelha em casa e no consultório
A terapia realizada no domicilio pode oferecer benefícios, mas não se pode esperar que alcance o mesmo nível de eficácia que o tratamento realizado em consultório. As diferenças principais resultam da segurança, qualidade e potência dos equipamentos utilizados.
Os dispositivos usados em clínicas devem seguir rigorosos padrões de certificação para assegurar a sua qualidade e segurança, já nos equipamentos de uso doméstico, a qualidade e segurança podem variar amplamente, o que aumenta o risco de potenciais complicações, tais como queimaduras de primeiro e segundo grau.
Acresce que nos dispositivos domésticos a personalização é muitas vezes limitada às configurações padrão do equipamento, nem sempre adequadas às necessidades individuais de cada paciente e, uma vez que em resultado da sua menor potência produzem frequentemente resultados mais subtis, o utilizador pode ser tentado a prolongar a exposição a estes tratamentos, o que aumenta também a probabilidade e o risco da ocorrência de efeitos adversos.
Assim, embora a terapia com luz vermelha ou infravermelha no domicílio seja prática, os resultados são modestos e a segurança é muito variável. Neste sentido, a realização do tratamento sob orientação médica é essencial já que promove uma intervenção personalizada e segura e que proporciona resultados clínicos consistentes. Por outro lado, a terapêutica doméstica deverá ficar condicionada a verificação clínica prévia do equipamento e reservada a situações menos complexas ou como complemento entre sessões realizadas sob supervisão médica.

Como maximizar os resultados da terapia com luz vermelha e infravermelha
Para otimizar as sessões de tratamento e garantir a sua segurança e eficácia é fundamental que o tratamento seja realizado com a intensidade, frequência e duração de sessões adequadas.
É também importante seguir as orientações de cuidados pré e pós-tratamento, tais como e evitar a exposição solar, manter a pele limpa e reforçar a sua hidratação após cada sessão, uma vez que assim se potencia a ação regeneradora da luz enquanto se minimiza a sensibilidade cutânea.
Por último, deverá ter em conta que o seu médico também poderá recomendar fármacos ou cosméticos específicos que complementam a terapia com luz, maximizando os seus benefícios e prevenindo o risco de efeitos secundários.
Mito ou Verdade: Devemos começar o tratamento o mais cedo possível?
Mito. Embora ofereça benefícios estéticos e terapêuticos, não é um tratamento universal pelo que não está recomendado para toda a população. A sua eficácia e indicação variam conforme a idade, patologia associada e objetivos estéticos de cada paciente. Além disso, existem contra-indicações que tornam este tratamento inadequado para algumas pessoas. Portanto, embora eficaz, a terapia com luz vermelha e infravermelha não é um "tratamento milagre" e deve ser considerada apenas sob orientação médica para que possa ser realizada de forma segura e eficaz.
Mito ou Verdade: A terapia com luz vermelha e infravermelha melhora a aparência da pele?
Verdade. A terapia com luz vermelha e infravermelha tem potencial para trazer benefícios, cientificamente comprovados, para a pele. Estes tipos de luz conseguem penetrar em profundidade estimulando a produção de colagénio e elastina, essenciais para a firmeza e elasticidade cutânea. Adicionalmente, ao promover a regeneração celular esta terapia ajuda a suavizar as linhas finas, melhorar a textura da pele e, em menor grau, poderá reduzir pequenas cicatrizes ou manchas. Podemos então afirmar que existe evidência científica que sustenta que a terapia com luz vermelha e infravermelha pode oferecer resultados ao nível da abordagem estética e funcional da nossa pele, principalmente quando utilizada sob supervisão médica e com equipamentos de qualidade.